Você acorda, ainda meio sonolento, e a primeira coisa que faz é desbloquear a tela do celular. Um deslizar de dedo, e lá está: o feed, os stories, os reels. Mais um dia em que a vida começa não com o sol batendo na janela, mas com pixels bailando na palma da mão.
O vício em redes sociais não chega com alarde. Ele se insinua, silencioso, em pequenos hábitos que, de tão rotineiros, parecem inofensivos. Mas quando nos damos conta, estamos mais conectados ao wi-fi do que ao mundo ao nosso redor.
E a pergunta que ecoa é: estamos vivendo... ou apenas postando?
Por que as redes sociais são viciantes?
As redes sociais foram moldadas para fisgar a nossa atenção como um anzol bem afiado. Não é coincidência: há equipes inteiras de engenheiros, psicólogos e designers trabalhando para que cada notificação brilhe como uma estrela cadente no escuro do tédio. E claro, a gente deseja fazer um pedido.
Por que as redes sociais são viciantes? Porque elas oferecem recompensas imediatas — um like, um comentário, um novo seguidor. Cada curtida ativa nossos circuitos de prazer, como se fosse um docinho digital para o nosso cérebro faminto por validação.
Mas essas pequenas doses de dopamina cobram um preço.
O isolamento e a identidade diluída
Paradoxalmente, quanto mais conectados, mais isolados nos tornamos. A tela nos une e nos separa. Criamos versões editadas de nós mesmos, com filtros que escondem imperfeições — e, às vezes, até sentimentos.
O
isolamento e identidade são questões centrais nesse processo. A identidade vira vitrine, o isolamento vira bastidor. Vivemos num teatro onde cada um interpreta o papel de si mesmo, mas esquecemos como é estar de verdade, ao vivo, no palco da vida.
A armadilha da comparação
Enquanto rolamos infinitamente os feeds, a comparação se insinua. Vemos corpos, viagens, conquistas — e pensamos que a vida alheia é mais bonita, mais produtiva, mais feliz. Mas esquecemos que estamos comparando os bastidores da nossa vida com os destaques do outro.
Essa comparação constante é combustível para o vício em redes sociais, nos aprisionando em uma busca interminável por aprovação e relevância. É um jogo viciado, onde os likes nunca são suficientes e o algoritmo nunca dorme.
A exploração da miséria digital
Outra face cruel das redes é a
exploração da miséria. Tragédias viram tendência. Sofrimentos alheios geram engajamento. A dor é usada como moeda para ganhar cliques e atenção. Esse fenômeno transforma vidas em manchetes e luto em espetáculo.
E se a miséria vira entretenimento, o que dizer da empatia? Onde fica o limite entre informar e explorar? O vício em redes sociais também mora aí: no fascínio sombrio por histórias que não são nossas, mas que nos prendem como se fossem.
Terapia: uma bússola nesse mar revolto
Chegar até aqui e se reconhecer nesse ciclo não é fraqueza. É consciência. E a consciência é o primeiro passo para o cuidado. Os
motivos para fazer terapia são muitos, mas entre os principais está essa necessidade urgente de reconectar com o real, com o corpo, com a escuta.
Terapia ajuda a reconstruir o diálogo interno, a entender por que o like virou âncora emocional e por que a presença real passou a incomodar. É um espaço onde a gente reaprende a viver — e não apenas a performar.
Um convite ao agora
No vídeo “Estamos vivendo ou apenas postando?”, compartilho uma reflexão mais profunda sobre esse tema. Falo sobre como o tempo escorre enquanto nos distraímos com o brilho das telas, e como podemos encontrar equilíbrio nessa dança entre o digital e o real.
Assista agora e reflita comigo — um clique que pode ser o primeiro passo pra sair do automático.
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Como saber se estou viciado em redes sociais?
Se você sente ansiedade ao ficar longe do celular ou perde horas rolando o feed, é um sinal.
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O vício em redes sociais afeta a saúde mental?
Sim, pode causar ansiedade, baixa autoestima e sensação de vazio constante.
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Existe tratamento para o vício em redes sociais?
Sim! A terapia é uma ótima aliada para entender e mudar esse comportamento.
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Por que as redes sociais são viciantes?
Elas ativam o sistema de recompensa do cérebro com curtidas e notificações constantes.
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O que posso fazer para reduzir o uso das redes?
Estabeleça horários, desative notificações e busque atividades fora do digital.
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O isolamento e identidade têm relação com esse vício?
Sim, muitas pessoas se perdem na imagem que criam online e se afastam da vida real.
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